TÉCNICAS DE LABORATÓRIO 1. MANUAL DE USO E MANUTENÇÃO PARCIAL DE MICROSCÓPIO

Introdução

Embora os aparelhos modernos sejam mais sofisticados, os princípios de construção do microscópio óptico, do uso e da manutenção adequados, ainda são os mesmos. No entanto, as regras mais elementares de utilização são freqüentemente ignoradas, até mesmo por usuários experientes, comprometendo assim não só a durabilidade do equipamento, mas também a não utilização de possíveis recursos.

Muitas vezes os microscópios que são enviados para conserto estão apenas com as lentes sujas e podem ser restaurados rapidamente. No entanto é recomendável uma manutenção preventiva por ano, a qual deve ser feita por técnicos especializados.

Este pequeno manual visa portanto, mostrar o uso apropriado, particularmente do microscópio composto, técnicas de regulagem da iluminação e de manutenção parcial.

USO DO MICROSCÓPIO

Apesar das precauções mencionadas caso a imagem não fique no ponto, verifique se o revólver está bem centrado, se a preparação está invertida ou muito espessa ou se a lamínula não é tão fina quanto deveria.

Finalmente citamos algumas causas de insucesso na prática da microscopia:

Ao terminar as observações certifique-se que nenhuma lâmina permaneça sobre a platina, ponha a objetiva de menor aumento em posição, mova o macrométrico até o limite máximo (mais alto), e cubra o aparelho.

Regulagem da iluminação

Nos microscópios cujos condensadores ABBE são móveis, para verificar a centralização, feche completamente o diafragma e examine a imagem com a objetiva de menor aumento focalizada numa preparação; em microscópios que possuem condensador de campo (por onde passam os feixes de luz), este também deve ser fechado, reduzindo assim o cone de luz.

Em ambos os casos a centralização é feita girando os parafusos laterais do condensador Abbe até que a íris do diafragma esteja exatamente no centro, ou seja, coincidindo com o eixo óptico do sistema de lentes.

A imagem da íris do diafragma, uma vez centralizada, deve ser regulada movimentando o condensador, para cima ou para baixo, até que sua borda azulada esteja nítida; abre-se então o condensador de campo ou o diafragma para preencher todo o campo, obtendo-se assim um feixe luminoso exatamente centrado.

Esta iluminação crítica ou de Köhler é portanto, obtida quando o condensador focaliza a luz no objeto e a luz transmitida do objeto para a objetiva quase que preenche completamente as lentes.

LIMPEZA E LUBRIFICAÇÃO

  1. Parte Óptica

Vimos que a falta de nitidez das imagens depende diretamente do estado de limpeza das lentes. Isto pode ser evitado pelo hábito de limpeza periódica.

 

  1. Oculares

Com a objetiva de menor aumento focalizada em uma preparação, gire as oculares e verifique se existem partículas que acompanham o movimento; caso existam elas, podem estar nas duas superfícies e neste caso ambas devem ser limpas com um bulbo de borracha e cotonete.

Para retirar eventuais manchas de óleo, dedos; umedecer um cotonete com solvente apropriado (álcool a 70%GL ou éter), tomando cuidado para não inundar as lentes, e secar imediatamente com um lenço de papel. Freqüentemente basta projetar o hálito na superfícies das lentes e limpá-las.

Limpe freqüentemente as oculares com lenço de papel fino; pois o contato com os cílios e mesmo poeira podem sujá-las. Nunca toque as lentes com os dedos, pois gordura atrai poeira.

Uma precaução especial é requerida no uso de solventes hidrocarbonetos, como o xilol, pois podem penetrar na área de fixação das lentes dissolvendo a cola, bem como produzir película sobre as lentes.

  1. Objetivas

Cada objetiva deve ser desatarraxada cuidadosamente do revolver e após a limpeza recolocada na posição original, para tanto, usar o mesmo método descrito para as oculares. No entanto, como as superfícies das lentes são menores que as das oculares, recomendamos inspecioná-las com uma pequena lupa manual.

Nunca tente desmontar as objetivas ou oculares, pois poderá desalinhar as lentes ou colocá-las na ordem ou posição erradas. Se houver necessidade de limpá-las internamente, deve-se enviá-las ao serviço especializado.

  1. Condensador

Tanto o condensador de campo como o que contém o diafragma devem ser limpos com álcool ou éter. Cuidadosamente limpe as lentes, primeiro retirando a poeira, em seguida aplicando o líquido de limpeza e enxugando com papel macio.

  1. Parte mecânica

A lubrificação também deve ser regular, especialmente do macrométrico, que é a parte mecânica mais vulnerável, evitando assim o acúmulo de poeira e areia. Antes de proceder a lubrificação, a sujeira das partes metálicas devem ser eliminadas com álcool, e enxugadas com tecido de algodão macio e re-lubrificadas, colocando um pequena quantidade de lubrificante na base da cremalheira. Depois move-se para cima e para baixo, a fim de espalhá-lo. A cremalheira do condensador assim como macro- e micrométrico podem ser lubrificados com vaselina neutra.

Importante: Esses procedimentos só são válidos para equipamentos que têm cremalheiras visíveis.

É útil reservar uma pinça para limpar detritos ou fragmentos acumulados em reentrâncias, bem como dispor de alicates e chaves de fenda ( fendas, estrela, philips), para apertar ou folgar alguma peça deslocada.

Para as partes expostas, é suficiente limpá-las com tecido umedecido com água e sabão neutro, mas, pode-se aplicar à platina uma diminuta quantidade de vaselina neutra.

  1. PARTE ELÉTRICA

Se o equipamento apresenta problemas na hora de acender a lâmpada pode-se verificar a tomada, o fusível e a lâmpada do mesmo.

Tomadas: devem estar inteiras, com os fios bem firmes a ela, caso contrário, aconselha-se a sua substituição.

 

Fusíveis: Desligue e retire o equipamento da tomada e procure o fusível geralmente localizado na parte inferior ou posterior do equipamento. São constituídos por um tubo de vidro com duas extremidades de metal (uma de cada lado) com um diminuto fio no meio. Este fio deve estar inteiro. Caso contrário, o fusível deverá ser trocado por outro do mesmo tipo. A sua identificação fica em uma das partes de metal (caso não tenha identificação, consulte o manual do equipamento).

Lâmpadas: verifique se ela está bem atarraxada no bocal e se seus "filamentos" encontram-se inteiros. Evite pegar na lâmpada com os dedos, faça-o com um lenço de papel, pois existem lâmpadas halógenas, que ao serem tocadas com os dedos, queimam.

PROPOSTA DE CONTROLE E USO

Geralmente, laboratórios ou salas de aula possuem muitos equipamentos, tornando o controle de conservação difícil. Aqui temos algumas dicas.

 

No de série: Tombo:

Laboratório de:

Bancada no:

Obs: ver exemplo de lista de verificação, abaixo:

 

Verificação do equipamento no:

Data: ____ /_____ /_____ turno:

ITENS

Antes

Depois

Oculares ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
Obj. 4x ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
obj. 10x ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
obj. 20x ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
obj. 45x ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
obj.100x ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
tomada ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
lâmpada ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
charriot ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
condensador ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
espelho ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
revólver ( )bom ( )ruim ( )bom ( )ruim
Obs:

Autores:

Solange Peixinho - Departamento de Zoologia - UFBA

Tatiana Cardeal de Souza Monteiro - Técnica em microscopia

Bernardino de Almeida Monteiro Fo. - Of. De Manutenção de Eq. Ópticos NUMEP - UFBA


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