UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE BIOLOGIA- DEPTO DE ZOOLOGIA
DISCIPLINA: BIO 005 - ZOOLOGIA I
ROTEIRO DE PRÁTICA: Esqueleto de Porifera e Identificação de Demospongiae
INTRODUÇÃO
Embora as esponjas sejam um dos principais componentes de ecossistemas litorâneos, sua sistemática ainda é confusa. A maioria dos estudos taxonômicos do século XIX foram feitos a partir de características do esqueleto, as quais continuam a ter sua importância. No entanto, durante os últimos anos tem sido construída uma Nova Sistemática de Poríferos, baseada também em feições celulares, construção do esqueleto, assim como aspectos bioquímicos e paleontológicos.
O final desta década está sendo marcada pela responsabilidade dos taxonomistas de esponja em conduzir a sistemática do grupo a um estado menos confuso. Para minimizar, então, a subjetividade da taxonomia tradicional estão sendo introduzidos conceitos e métodos cladísticos, o uso de características de populações observadas no campo, estudos de enzimas, análise computadorizada de formas e características de espículas, dados químicos sobre metabólitos secundários, etc.
Esses novos caracteres biológicos não serão de utilização prática direta, mas indiretamente virão comprovar ou negar o valor das características morfológicas. São dados importantes para identificação de modo geral:
Morfologia externa: forma, tamanho, cor, consistência, presença de muco, aspecto da superfície, distribuição de ósculo, visibilidade de canais superficiais por transparência.
Morfologia interna: natureza química do esqueleto inorgânico, tipo e forma do esqueleto orgânico, forma e tamanho das espículas (megascleras e microscleras), arquitetura do esqueleto.
Aspectos ecológicos: tipo de substrato, tipo de ambiente, ( mar aberto, estuário, costão rochoso, praia rochosa, recife de coral, etc.), profundidade, zona (mesolitoral, infralitoral), iluminação ( esponja ciáfila, fotófila ) associação com outros organismos, caracterização da comunidade (organismos, plantas/animais) dominante.
OBJETIVOS
· Reconhecer as principais características do esqueleto do filo Porifera.
· Exercitar o uso da chave de identificação para as ordens de Demospongiae.(Anexo 1)
MATERIAL DE APOIO
· microscópio |
· papel e lápis |
· bibliografia indicada |
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MATERIAL DE ESTUDO
· Lâminas permanentes de espículas e corte espesso de esponjas da coleção didática de Zoologia da UFBA.
PROCEDIMENTO
PARTE I - Esqueleto de Porifera
1 - Espículas
1.1 - Observe uma lâmina de espículas as microscópio e classifique as espículas quanto ao número de eixos .
· Quanto ao número de raios como poderiam ser classificadas ?
1.2 - Repita o procedimento com outras espécies.
2 - Esqueleto Orgânico
2.1 - Observe a lâmina de Aplysina verificando um esqueleto formado apenas por fibras de espongina.
· As fibras contém inclusões ( grãos de areia, pedaços de espículas, etc.)?
· As fibras apresentam diâmetro regular ou irregular ?
2.2 - Veja em demonstração os exemplares secos de Aplysina e Hippospongia (esponja de banho)
PARTE II - Classificação de Demospongiae.
1 - Observação de lâminas permanentes de espícula e corte espesso.
1.1 - Observar a lâmina de espículas ao microscópio desenhando a forma das megascleras e microscleras presentes. Note a diversidade de formas.
1.2 - Observar a lâmina de corte espesso da mesma espécie ao microscópio desenhando a organização do esqueleto orgânico e inorgânico.
2 - Identificação da ordem do exemplar
2.1 - De posse dos dados de espículas e organização do esqueleto, utilize a chave de classificação de HOOPER, 2000 (Tradução), para identificar a ordem do seu exemplar.
2.2 - De acordo com a classificação atual do filo Porifera, identifique a subclasse, classe e subfilo do exemplar.
2.3 - Repita o procedimento com outros exemplares